Como já é tradição, foi
realizada mais uma vez a prova ciclística '9 de Julho', na cidade de São Paulo,
no duro circuito de Interlagos.
Com confiança, parti para mais uma
prova cujos pontos valeriam para o ranking nacional. Além do mais, esta
prova é uma vitrine para as equipes e patrocinadores.
Logo na largada percebi que não
seria fácil pois, estava competindo com atletas de 18 anos e de equipes
consagradas. Sabia que o ritmo seria muito forte e que os tombos também
aconteceriam, já que havia aproximadamente 300 atletas disputando esta prova.
Nas primeiras voltas, apesar da alta
velocidade, o pelotão se manteve compacto, sem muitas tentativas de fugas.
Os principais ataques estavam sendo realizados nas duas subidas mais duras
- até aí sem problemas pois, me defendo bem nas subidas.
Na terceira volta resolvi ficar um
pouco atrás do pelotão, tentando assim descansar, porém, nesta mesma volta
houve o chamado "corte de pelotão", isto é, quando um(s) ciclista(s)
não consegue(m) acompanhar os da frente e, literalmente, 'quebra' o pelotão.
Neste momento estávamos na reta oposta aos boxes e ao perceber essa situação,
imediatamente ataquei pela direita, tentando buscar o pelotão da frente, o
que só consegui 2 km depois.
Depois deste susto procurei me
manter na frente pois, os ataques já eram mais freqüentes e, por conseqüência,
os cortes. Num circuito como Interlagos, onde estávamos andando a uma
média de 60km/h no plano e 70 a 80km/h na descida "S do Senna", se
perder contato com o pelotão principal por 100m, que seja, você não recupera
mais, tendo que abandonar a prova.
Na sexta volta tentamos uma
fuga - eu e mais 10 ciclistas - porém, fomos neutralizados na subida,
onde o pelotão passou atacando e tive que me esforçar muito para entrar no
ritmo imposto. Dos 10 que estavam comigo, apenas eu e mais 2 conseguiram se
manter na prova.
Daí por diante, foi procurar se
manter na cabeça do pelotão e se preparar para o sprint final porém, como não é
uma característica minha, já sabia que isso seria muito complicado.
Na última volta os ataques foram
ainda mais freqüentes e as equipes se armavam para levar seus sprintistas para o final; como não tenho equipe, procurava me manter perto destas mas,
a 500m da linha de chegada percebi que não daria para acompanhar e apenas
sprintei para terminar a prova entre os 30 primeiros colocados.
Considero uma boa posição já que
corro sozinho, sem apoio de equipe e não sou sprintista.Além disso, também levo em
consideração que a categoria em que corri era uma só para
atletas desde os 18 até os 35 anos e que menos de 1/3 dos atletas que largaram
terminaram a prova.