terça-feira, 24 de maio de 2011

Cerquilho - Contra Relógio Individual - 14/05/2011


Foi realizado na cidade de Cerquilho, no dia 14/05/2011, o Campeonato Paulista de Contra-Relógio Individual, prova única da modalidade.
Tinha tudo para ser uma boa prova: circuito com boa pavimentação e sinalização, apoio da guarda municipal na organização do trânsito e transeuntes e, organização da Federação Paulista de Ciclismo, conhecida por planejar e executar melhor as provas de ciclismo, principalmente em comparação com outras populares como,  nitidamente só visa auferir o lucro do evento em detrimento da qualidade do mesmo. Infelizmente, dessa vez foi bem diferente.
A começar pelas informações prestadas. No ano anterior, um dia antes da prova, todos os atletas já conheciam a ordem de largada – fator importante neste tipo de prova onde as largadas são feitas individualmente e de minuto a minuto. Este ano, a listagem de largadas só foi liberada no local do evento e há poucos instantes antes do início, prejudicando bastante o preparo alimentar, psicológico e o aquecimento dos atletas. Isso porque a Federação Paulista de Ciclismo praticando hábitos já conhecidos de outras “organizadoras desorganizadas”, resolveu abrir exceções para equipes renomadas e permitiu inscrições fora do prazo. Outro fator desconsiderado, mas igualmente importante neste tipo de prova, é que ela tem longa duração já que os atletas saem um por vez. Ou seja, atrasos significam que os últimos a largarem completarão a prova no escuro.
Apesar de tudo, não podíamos deixar de participar pois dali sairia o campão paulista de CRI.
Bom, já há momentos antes da prova quando fazíamos o aquecimento vem a notícia de que inverteram a ordem de largada das categorias Sênior A (a minha) e MASTER B, atrasando ainda mais minha categoria que, diga-se de passagem, tinha um dos números mais expressivos de participantes. Precisa dizer que todos os atletas que já estavam se aquecendo foram terrivelmente prejudicados?
Finalmente chega a hora da largada – aproximadamente às 16h20 – sendo o antepenúltimo a largar. Parti para uma das provas mais difíceis do calendário, cuja característica principal é “uma jornada solitária de esforço pleno”.
Logo nos primeiros KM ficava nítido que o trecho da ida seria o mais difícil.  13,7km quase somente de subida e contra um vento muito forte. Tenho que confessar que também não consegui encontrar a melhor posição na bicicleta, outro fator que me impediu de não conseguir andar forte.
Ao fazer o retorno sabia que precisaria tirar o atraso aumentando a velocidade. Com o vento nas costas e circuito agora em descida e plano onde o velocímetro não baixava de 55km/h exceto nas duas únicas subidas do retorno. Nesse momento o fator tempo, já comentado, se fez presente. Fora do horário de verão, a falta de luz nessa hora já conseguia atrapalhar. Já estava escurecendo quando eu e os últimos a largarem ainda estávamos por completar a prova.
Concluí a maratona muito cansado e com fortes cãibras, com tempo aproximado de 41 minutos – como  apontou o foto finished da organização e que era similar ao cronometrado em meu velocímetro. Sabia que não havia conseguido ficar entre os 5 primeiros, mesmo assim fiquei no aguardo da classificação final. Mais uma vez a Federação Paulista de Ciclismo roubou a cena e, mais uma vez para prejudicar o evento e de vez o seu próprio nome. Os tempos divulgados pela bancada responsável pelo foto finished eram simplesmente incompatíveis com os que começaram a ser divulgados posteriormente pela bancada de controle final. Sob protestos, com o cansaço imperando e já à margem da quase total escuridão, “metade” da classificação foi adiada para o dia seguinte (2º dia de provas, agora de resistência). Pasmem: “metade da classificação” seria “refeita” no até o dia seguinte. Aí veio nova surpresa. Meu tempo que foi muito abaixo ao que foi publicado, me levando ao 11° colocado. Em conversa com outras atletas, descobri que vários outros também tiveram seus tempos “corrigidos” pela bancada final. Descobrimos até duas atletas de uma mesma equipe que, de 2º e 3º tempos, foram para 4ª e 5ª colocações e o 5º tempo da mesma categoria, incrivelmente, como passe de mágica, recebeu medalha de prata.
É extremamente desmotivante atletas que se dispõem a viajar e competir, principalmente para àqueles que cumprem com as normas da Organizadora. Sendo que as principais promotoras deste tipo de evento – a Federação Paulista de Ciclismo, em especial – dispõem de recursos materiais e humanos e aparato tecnológico suficiente para imprimir um resultado oficial e coeso minutos após o término das provas. São computadores portáteis, câmeras, marca tempo, impressora e porque não, o velho e simples cronômetro de mão. Não é possível acharem que com tantos olhos em cima do resultado (é uma corrida, alguém espera outra coisa de corrida senão tempos e colocações.
É lamentável para aqueles que tentam propiciar e se valer de atividades e eventos saudáveis além do repetitivo futebol, desorganizados e vis, além de prejudicar a modalidade já de tão pouco prestígio nesse país, mesmo às margens de campeonatos mundialmente conhecidos e cada vez mais incríveis em termos de espetáculo, tamanho de empreendimento, tamanho de público (espectador local e telespectador), tamanho de envolvimento de empresas (marqueteiras e patrocinadoras) como são o Tour de France, Giro d’Italia, Volta da España.
É realmente uma pena!

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